O alargamento da praia central de Balneário Camboriú iniciará em março, provavelmente na segunda quinzena, porque as licenças ambientais concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina impõem a condição que não seja feito durante a temporada de verão.
Em meados de dezembro o prefeito Fabrício Oliveira anunciou que a obra iniciaria imediatamente, mas ele desconhecia ou esqueceu dos limites impostos nas licenças ambientais.
O alargamento, a ser executado pelo consórcio entre a brasileira DTA Engenharia e a belga Jan de Nul, deverá demorar de quatro a seis meses e custará R$ 66,8 milhões.
FASE DOIS
A obra que será realizada agora é a ampliação da faixa de areia, a reurbanização da Avenida Atlântica ainda não foi definida.
Em janeiro do ano passado a prefeitura contratou o Escritório Jaime Lerner para executar um plano para toda a cidade, que ficaria pronto em poucos meses, mas a pandemia atrapalhou os trabalhos e o resultado deverá ser apresentado no próximo dia 11, em reunião do Conselho da Cidade.
Ninguém sabe exatamente a forma como o Escritório Jaime Lerner chegou a um resultado e uma proposta, sem se reunir com a comunidade em audiências públicas.
SAIBA MAIS SOBRE O ALARGAMENTO
Alarga quanto?
Engorda 90 metros que se somam aos 30 metros existentes em média. Descontada a parte submersa, tende a sobrar cerca de 60m de faixa útil de areia.
Quanto custa?
Só o engordamento, sem incluir a reurbanização, custará R$ 67 milhões.
As árvores saem?
Na ideia original não, as amendoeiras da Avenida Atlântica seriam mantidas, formando uma “ilha” entre as pistas de rolamento.
O alargamento elimina a sombra causada pelos edifícios na praia?
Não, a sombra é irreversível, não tem solução.
Quanto demora a obra?
Os técnicos estimam em seis meses no máximo.
Quem ganha?
Todos. Acredita-se que a valorização dos imóveis será imediata e acima de 20%, trazendo um novo ciclo de progresso econômico a Balneário Camboriú como ocorreu quando a Avenida Atlântica foi repaginada duas décadas atrás.
Como é feito?
No caso de Balneário Camboriú, a areia de uma jazida localizada no mar a cerca de 15 Km de distância da praia será escavada, colocada no porão de uma draga, trazida até perto da praia e bombeada por tubos para o aterro. O volume é estimado em 2 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 333 mil viagens de caminhão com caçamba.
O que é granulometria?
É o tamanho do grão de areia. A areia usada no alargamento deve ter grão de tamanho semelhante ao já existente na praia porque se for mais grosso criará buracos bruscos (a chamada praia de tombo) e se for mais fino corre o risco do material ser removido por ressacas -e todo o investimento perdido.
Argumento para fazer
A prefeitura alega que a praia central ficou mais estreita. A afirmação é contestada, os mais antigos sustentam que a praia sempre teve mais ou menos essa mesma largura -que é estreita para enfrentar ressacas. Em anos passados, mais de uma vez a força do mar destruiu o muro de arrimo e o pavimento da Avenida Atlântica.
Na Barra Sul a praia sempre foi estreita. Na gestão Rubens Spernau ocorreu um aterro emergencial para proteger aquela área da Avenida Atlântica.
Um argumento técnico é que a quantidade de areia no sistema diminuiu e com isso o amortecimento da força das ondas, que inicia antes da zona de arrebentação, é menor, acentuando o impacto na praia.
Pode dar errado?
Pode. Alargamentos feitos em praias próximas deram errado e todo o investimento foi perdido.
O alargamento pode ser revertido?
Não.
No futuro pode exigir mais areia?
Sim, normalmente exige manutenção periódica que não é barata.
Fonte: Pagina 3